Resumo do Relatório
Last mile
Ao redor do mundo, banqueiros centrais se sentem aliviados pela rápida queda da inflação. Afinal, os choques globais de oferta que elevaram os preços de bens e energia entre o final de 2020 e o início de 2022 foram revertidos e, com isso, parte da inflação caiu tão rapidamente quanto havia subido. Em diversos países, a queda da inflação de bens, especialmente os duráveis, foi tão intensa, que o núcleo da inflação, concentrada em bens não alimentares e serviços, praticamente voltou para o nível registrado antes da pandemia, apesar de a inflação de alimentos permanecer volátil e a inflação de serviços seguir em nível superior ao patamar pré-covid.
O alívio das autoridades monetárias tem sido amplificado pelo fato de que os apertos monetários têm tido pouco efeito sobre os mercados de trabalho, de tal forma que, em muitos países, a taxa de desemprego está no nível historicamente mais baixo ou perto dele.
Aqui no Brasil, segundo a ata da última reunião do Copom, tanto a inflação corrente como a atividade econômica têm evoluído aproximadamente como antecipado pelo cenário-base traçado pelo Comitê, e permitem, portanto, que o ciclo de cortes da Selic continue no ritmo atual por mais algum tempo. Porém, a preocupação do Copom com diversos fatores que podem efetivamente tornar mais difícil a “última milha” da esperada convergência da inflação rumo à meta, e o próprio avanço do ciclo de relaxamento monetário, mostram que, como ocorreria mais cedo ou mais tarde, o grau de incerteza em relação à “última milha” do ciclo de redução da Selic também está aumentando.
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