Números menos negativos da atividade global e doméstica reafirmam nosso cenário base

O FMI divulgou na semana passada a atualização de seu cenário macroeconômico global, em que promoveu sensível rebaixamento nas projeções para o desempenho das principais economias no biênio 2020-21.

Os números do FMI – e, em menor grau, de outras instituições – são muito negativos em comparação às projeções de nosso cenário base.

As leituras mais recentes de sondagens e indicadores econômicos nas principais economias, ao apontarem resultados menos negativos que as expectativas de mercado, tendem a reafirmar nosso cenário.

Entretanto, cumpre reiterar o alerta de que, em razão da elevada incerteza associada à pandemia e às ações para combater o choque econômico, nossas projeções para a economia mundial seguem em viés de baixa.

A situação parece semelhante no Brasil: sondagens e indicadores recentes têm vindo algo melhores do que as expectativas, reafirmando o cenário menos negativo da LCA comparativamente ao de outras instituições.

Ao lado disso, o governo está encaminhando a renovação do auxílio emergencial às populações mais vulneráveis – sem a qual certamente teríamos de rebaixar as nossas projeções para a economia brasileira.

Apesar dos desenvolvimentos recentes reafirmarem as premissas de nosso cenário base, as nossas projeções para a economia brasileira também continuam com viés de baixa.

O avanço da pandemia continua alarmante, dificultando a retomada regular de atividades. Ademais, os estímulos oficiais precisam ir além da renovação do auxílio emergencial para que a economia não perca fôlego mais para o final do ano. Por fim, o cenário político continua pouco propício à retomada de reformas estruturais.