Calma e paciência

A ata do último Copom não trouxe grandes novidades em relação ao comunicado emitido logo após a reunião do Comitê, dado que este já continha um tom relativamente dovish , derivado da visão, por parte da autoridade monetária, de que tanto as recentes surpresas positivas relativas à atividade econômica como a alta da inflação corrente são passageiras e não alteram as chances de que a inflação fique significativamente abaixo da meta no horizonte relevante para a política monetária. A despeito disso, cabem comentários a respeito de alguns dos elementos da ata.

O primeiro deles diz respeito à inflação. Segundo a ata do Copom, “a inflação ao consumidor deve se elevar no curto prazo. Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade. Os preços administrados devem apresentar variação contida, destacando-se o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro”.