Aumentam os riscos de pressão cambial e inflacionária mais persistente, o que poderá levar a ajuste monetário mais rápido e recuperação mais lenta

A atividade global continua a apresentar desempenho positivo, sobretudo no setor industrial, em que pese o forte recrudescimento de infecções e mortes por Covid-19. O avanço na vacinação e o reforço de políticas de estímulo, principalmente nos EUA, têm conferido dinamismo à atividade mundial.

A melhora das expectativas econômicas globais, num contexto de liquidez global excepcionalmente abundante, tem instigado um processo de reflação nos mercados financeiros internacionais, marcado por elevação de expectativas inflacionárias e alta das taxas de juros nos títulos públicos das principais economias.

No Brasil, a pressão cambial tem intensificado preocupações na seara inflacionária. A forte pressão de custos exercida pela combinação de depreciação do câmbio doméstico e recuperação dos preços internacionais das commodities vem provocando significativa elevação da inflação (corrente e projetada) no atacado.

A forte alta da inflação no atacado tem chegado diluída aos estágios finais da cadeia produtiva e ao consumidor – em função da alta ociosidade. Ainda assim, a expectativa mediana para a inflação ao consumidor em 2021 deslocou-se para acima do centro da meta, sem por ora pressionar as expectativas para prazos mais longos.