Os investidores aguardam importante relatório de inflação ao consumidor (CPI) nos EUA na terça-feira, 12. Os dados devem mostrar um aumento anual de 8,4% nos preços, no patamar mais alto desde dezembro de 1981, segundo economistas consultados pela Dow Jones.
Na quarta, é previsto no país o índice de preços ao produtor (PPI). Os números serão acompanhados de perto pois podem fornecer mais pistas sobre a política monetária do Fed.
Na semana, há expectativa também pelo início da temporada de balanços do primeiro trimestre nos EUA, com a divulgação de grandes bancos a partir de quarta-feira.
Entre os dias 13 e 18 de maio, saem os resultados de JPMorgan (JPMC34), Morgan Stanley (MSBR34), Goldman Sachs (GSGI34), Wells Fargo (WFCO34), Citigroup (CTGP34) e Bank of America (BOAC34).
Apesar do cenário global conturbado, as estimativas de lucro das empresas para 2022 têm aumentado a cada mês.
As revisões líquidas, o número de estimativas elevadas menos diminuições (seu principal indicador de tendência de momentum de lucros), estão positivas para oito dos 11 setores do S&P 500, destaca o estrategista global Barry Knapp em relatório.
O que esperar dos bancos? No caso das instituições financeiras, o mercado estará concentrado em saber se os resultados trimestrais sugerem que uma virada de ciclo está chegando para o setor, comenta o analista Saul Martinez (veja o relatório:US Banks: Is the cycle about to turn? Thoughts into 1Q22 results).
“Mais especificamente, devem estar em foco as perspectivas para a qualidade do crédito e as provisões de perdas com empréstimos, as receitas financeiras e a sustentabilidade do crescimento dos empréstimos”.
Apesar das incertezas sobre as receitas não decorrentes de juros, ele diz que o ritmo de crescimento dos empréstimos segue bom. Além disso, uma taxa de juros mais alta e taxas crescentes em toda a curva de juros também impulsionam as perspectivas de receita líquida de juros no curto prazo. “Isso é especialmente verdadeiro para o BofA”, aponta.
É hora de adicionar risco na carteira?
Para Knapp, o mercado americano está em um ponto interessante de compra, após correção por conta da normalização da política monetária do Fed.
“As correções do Fed são o melhor ponto de entrada. Batemos na mesa no fim de janeiro e novamente antes da reunião do Fomc de março. Consequentemente, é provável que encerremos o segundo trimestre perto das máximas do quatro trimestre de 2021, embora uma tendência de alta sustentável até o quarto trimestre deste ano seja improvável”, diz.
Knapp sugere aumentar o risco com S&P 500 a 4.400 pontos (próximo do patamar atual) e reduzir em 4.800 pontos, mas tendo uma postura enviesada comprada em ações cíclicas para os próximos dois trimestres, visando um fim de ano forte.
Segundo ele, as projeções de lucros para as empresas do S&P 500 têm aumentado de forma constante, enquanto a alta nas taxas de juros reais comprimiu do prêmio de risco, indo de 6,34% após a invasão russa para 5,21% (gráfico abaixo).
Fed, inflação e Rússia: tudo isso já está precificado?
Entre os principais temores dos investidores, Federal Reserve mais agressivo, inflação e Rússia, o que já estaria precificado nos mercados? A inflação já atingiu seu pico? Por que as ações têm reagido tão bem? São perguntas que o estrategista global Jay Pelosky responde em seu último relatório.
Ele chama atenção para o movimento dos mercados nas últimas semanas. Por exemplo, destaca: é curioso perceber que as ações na China subiram desde que Xangai entrou em lockdown. O potencial da resposta política provavelmente está suportando os preços dos ativos chineses, diz.
Vale notar também que o petróleo WTI voltou para baixo do patamar que estava em 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia; as bolsas da União Europeia estão acima dos níveis da data da invasão e subiu quatro das últimas cinco semanas; o mercado de títulos dos EUA está no seu pior bear market em quase 50 anos. Tudo isso sugere que boa parte de um cenário de inflação em alta e elevação das taxas de juros já esteja precificada, comenta.
“O Fed de Powell é muito mais hawkish na cabeça de Wall Street do que na realidade”.
Por que as ações se sustentaram tão bem?
De acordo com Pelosky, uma razão pode ser a revisão para cima do mercado no LPA (lucro por ação) dos EUA para cada trimestre no último mês, apesar da Rússia, petróleo, picos de preços dos alimentos, aperto do Fed etc.
Ed Yardeni, veterano analista de Wall Street, acabou de aumentar em 6% sua estimativa de lucro por ação para as empresas do S&P 500 em 2022, de US$ 225 para US$ 240. “Notamos que muitas vezes o elevado crescimento nominal (projetamos um crescimento nominal para os EUA e Europa de 6% a 8%) impulsiona a expansão das receitas e dos lucros”, escreve Pelosky.
A temporada de balanços do 1º trimestre dos EUA está começando, e as estimativas de LPA de um dígito para as empresas americanas e europeias parecem muito fáceis de serem superadas, afirma.
Além disso, ele acredita que o mercado ainda subestima o efeito da reabertura da Covid nas economias – segundo ele, talvez até mais benéfico na atividade econômica global do que a Rússia, especialmente no longo prazo.
“A atividade do setor de serviços dos EUA está começando a sinalizar isso. A reabertura pode suportar tanto o crescimento quanto a redução da inflação, por meio de melhores condições de trabalho e cadeia de suprimentos, como sugeriu o último relatório de empregos”.
Como se posicionar?
Ele segue construtivo com investimentos temáticos, como das tecnologias disruptivas. Continua comprado em ações, preferindo papéis fora dos EUA, incluindo Europa, China e Brasil. Está underweight em títulos (embora ressalte que, se fosse trader, estaria pensando em ficar comprado) e ainda overweight em commodities (aumentou ligeiramente a posição comprada em produtoras de matérias-primas).
Por fim, ele destaca um indicador de sentimento dos investidores de varejo da corretora americana TD Ameritrade. Segundo ele, o indicador caiu quatro meses seguidos até março, um movimento que só aconteceu quatro vezes na última década. Quando ocorreu, os 3 meses e 6 meses seguintes foram fortemente positivos, com valorizações de 7% e 11%, respectivamente.
O mercado de títulos dos EUA está colapsando… você tem notícias? | relatório
O analista Jim Collins chama atenção para o colapso no mercado de títulos dos EUA, que não tem sido totalmente capturado pela mídia financeira. Os rendimentos dos títulos se movem inversamente aos preços. Nesta manhã, o título de 10 anos do governo americano rendia 2,76%, contra 1,50% em 31 de dezembro.
O movimento é forte, mas ainda não revela o verdadeiro dano na carteira dos detentores de títulos. Tenha em mente que os preços listados pela Bloomberg ou outras plataformas não são os preços dos títulos reais, mas representações sintéticas de como um título com exatamente o vencimento especificado (neste caso, 10 anos) seria precificado, com base nos preços dos títulos com vencimentos próximos, comenta.
Indo para um exemplo real, Collins joga luz sobre um título real de 10 anos, emitido pelo governo dos EUA em 15/11/2021. Na época, o título foi precificado em 99,359 dólares. No fim do pregão de hoje, era cotado em 88,593 dólares. Ou seja, uma queda extraordinária de praticamente 11% em menos de cinco meses de vida desse título. Um declínio de quase 11% em um BOND em menos de 5 meses é quase insondável, diz. A taxa de cupom deste título de 1,375% não “compensará” essa perda em até 7 anos.
“Temo que estejamos entrando em um momento em que as chamadas de margens começarão a aparecer. Um desconto de 11% no patrimônio de um fundo é MUITO difícil de administrar… como consequência, mais fundos venderão mais títulos, o que fará com que os preços caiam ainda mais… aumentando ainda mais a pressão sobre os fundos de renda fixa, em um ciclo vicioso”.
“Então, este é o maior problema que o mercado de ações dos EUA enfrenta agora… o mercado de títulos dos EUA”. Como os nomes de tecnologia do Nasdaq são mais sensíveis a juros, isso pode trazer uma reclassificação substancial para baixo em papéis como Tesla, Meta e tantos outros. Mas atinge também a maioria das carteiras de ações, dado que essas ações de big techs têm atualmente forte representação nos índices acionários.
Petróleo afunda 4% com lockdowns na China | relatório
O consultor de risco geopolítico Jose Chalhoubcomenta a queda de mais de 4% do petróleo nesta segunda-feira, com investidores avaliando os impactos sobre a demanda dos lockdowns na China. O Brent fechou abaixo de US$ 100 o barril pela primeira vez desde 16 de março. O país asiático é o segundo maior consumidor mundial da commodity e bloqueios aumentam temor sobre queda da demanda. Também contribuiu para o movimento o anúncio de liberação de reservas pela AIE (Agência Internacional de Energia).
Chalhoub destaca ainda a reunião de membros da União Europeia com a Opep, que aconteceu hoje, na tentativa de apoio para que o grupo aumentasse a produção. Em resposta, a Opep disse que seria impossível substituir os volumes no caso de embargo total do petróleo russo.
Rali das moedas da América Latina no ano | relatório
O estrategista de moedas e juros Gautam Jain comenta emrelatório sobre o movimento das moedas da América Latina este ano. Apesar da força do dólar (DXY, +3% no acumulado de 2022), as moedas emergentes também têm apresentado desempenho positivo (o esperado seria que se enfraquecessem com a alta do dólar).
Dentro desse grupo, destaque para as moedas da América Latina, especialmente do Brasil, Chile, Colômbia, Peru e México, com os melhores desempenhos (gráfico abaixo).
No acumulado do ano, as moedas da América Latina subiram quase 10%, enquanto as do CEEMEA (Leste Europeu, Oriente Médio e África), excluindo Rússia, caíram pouco mais de 1% cada.
Mesmo com o forte desempenho, Jain comenta que segue construtivo em relação ao real (BRL), peso chileno (CLP) e sol peruano (PEN), com a ressalva de que a volatilidade das moedas da América Latina é muito maior do que a do restante dos países emergentes.
No entanto, aponta que, pode ficar mais cauteloso nos próximos meses, por conta do aperto monetário mais agressivo, incertezas globais e alta dos preços de energia devido à guerra. Tal combinação pode resultar em uma desaceleração muito mais acentuada do crescimento econômico da região do que o previsto atualmente, avalia.
São recomendados no portfólio duas operações de arbitragem por semana. Desde a criação, em março de 2021, a carteira acumula ganhos de 28,61%, contra rentabilidade positiva de 6,26% do CDI. Abaixo, as últimas sugestões:
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